Talvez minha esposa tenha razão. Quando ela viaja com nosso filho ela demora horas ou dias sem dar um sinal de vida enquanto eu fico desesperado por saber como estão. Essa necessidade de uma comunicação quase que instantânea é algo que nós, seres humanos, nunca tivemos até muito pouco tempo atrás.
A verdade é que, no dia 3 de julho de 2019, aprendi uma grande lição.
O ser humano realmente é capaz de criar “muitas necessidades”.

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Hoje em dia, aqueles (como eu) que estão ‘conectados 24 horas por dia’, temos cada vez mais essa necessidade de ter tudo, saber tudo, ver tudo e compartilhar tudo no exato momento e constantemente.
Uma notícia com mais de 12 horas, por mais importante que seja, já não é mais uma notícia ‘nova’.
A internet e os meios que usamos para nossa comunicação (whatsapp, Messenger, twitter, instagram…) se tornaram uma necessidade para muitas pessoas. A prova disso foi quando em 03.07.19, esses meios tiveram um colapso parcial a nível mundial, e muitas pessoas ficaram sem poder enviar áudios, fotos, vídeos ou até mesmo se comunicar de forma instantânea, como de costume.
Esse desespero geral causado nos mostra como uma boa parte da sociedade já se tornou dependente dessa criação humana. Da mesma maneira que foi (e continua sendo) com a dependência da eletricidade.
A impressão que tive ontem foi muito parecida com a impressão que tive em alguns apagões que vivi quando adolescente. A sensação do estar ‘desconectado’ de alguma forma por uma ‘força maior’ foi muito parecida a de quando ficávamos sem luz. A pergunta que fica quando acontece é : ‘ O que fazer, onde estão as velas, qual o plano B?’
Nos resta saber se essa necessidade criada por nós mesmos nos trará bons frutos para a evolução humana, como foi o caso da eletricidade, ou se esse não será o melhor dos caminhos e em um futuro não muito distante vamos ter que corrigir mais um ‘vício-social’ desnecessário criado por nós mesmos.
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